sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Capítulo 7

Estávamos rindo de uma das piadas de Joe, quando ouço-o gritar para me segurar, olho para sua face e é de desespero e logo atrás de seu rosto vejo dois faróis se aproximando do nosso carro, tudo acontecia em câmera lenta. Colisão. Nosso carro é jogado para fora da pista, capota algumas vezes. Meu coração acelerado, minha visão embaçada, eu procuro Joe e o vejo ferido. Ele tenta me dizer algo mas desmaio novamente sem saber o que ele quis me dizer.

Acordei mais uma vez suada e assustada. Esse pesadelo voltou a me atormentar depois de dias. A sensação de dormência que sinto agora é acompanhada da angustia e vontade de chorar, mas já aprendi a dominar esses sentimentos.

Os raios de sol passam pelas cortinas do quarto mas eu ainda me sinto exausta. Levanto-me com certa dificuldade e vou tomar banho.  Volto a noite para casa e marquei de passar o dia com Wilmer.

Depois de pronta, sento-me no hall de entrada do hotel até Wilmer chegar e verifico meu celular, tem uma mensagem de Kevin.

“Bom dia, Dem. Temos uma noticia para te dar. Quando você volta?”

Meu coração gelou

“bom dia Kevin. Estou preocupada. O que aconteceu?”

Imediatamente obtive resposta
“é preferível que seja pessoalmente. Quando você chega?”

“Hoje a noite!!”

“ok”

Wilmer chegou. Eu guardei o celular e contei sobre as mensagens, a expressão dele não foi reconfortante.

-Eu ia te pedir para ficar mais uns dias em NY para nos conhecermos melhor, mas acho melhor você ir hoje mesmo. – disse, expressão carregada de preocupação.
- Eu irei. Não sei o que esperar dessa noticia .
Notando minha angustia, ele me abraçou fortemente
-vai dar tudo certo. Independente do que  tenha acontecido. – afagando meus cabelos.

Depois de um tempo no aconchego do abraço de um cara que eu nem conheço direito, minha barriga ronca mais alto que o normal
-Acho que você precisa comer – diz wilmer rindo, sorrio de volta

Fomos andando dessa vez, paramos em um café para comermos. Apesar do frio, o céu estava com uma coloração maravilhosa e o sol esquentava nossa pele gélida. Depois de tomarmos o café da manha, andamos mais e mais, rindo, conversando e de repente estávamos no Central Park . Passamo um longo tempo conversando sobre minha vida, sua vida, planos, metas, família, musica, filme, teatro, animais, Joseph e nossa amizade. Wilmer me abraçava quando notava meu desconforto ao falar sobre a situação de Joe. Foi uma tarde agradável.

Andamos de volta ao hotel e no percurso Wilmer colocou o braço sobre meus ombros. Todos que o conheciam e passavam por nós olhavam surpresos.

Chegamos no hotel e ele se ofereceu para subir até o quarto comigo para me ajudar com as bagagens.
- Você tem mesmo que ir? - Disse Wilmer se aproximando de mim.
-Eu preciso ir. Tenho coisas a resolver e preciso saber o que houve com Joseph..
- você realmente gosta desse cara. – Murmurou
- Eu amo Joe. Crescemos juntos – sorri ao lembrar de mim e Joseph quando crianças.

Ele se sentou na cama e eu fui tomar banho.  Depois de pronta, Wilmer desceu com minha mala  e me levou até o aeroporto.
Ele parou o carro em frente o aeroporto e me fitou
-Então é isso. – sorriu – dois dias com uma desconhecida.
-Logo voltarei . – dei-lhe um abraço breve- Foi bom conhecer você. Obrigada por tudo!

Me virei para sair do carro e ele me segurou delicadamente pela mão e me encarou.
- Posso te beijar agora? – me olhando com expectativa.
Eu sorri e dei-lhe um breve beijo em seus lábios, que se contraiu em um sorriso.  E sai do carro.

Depois de algum tempo de vôo, cheguei e peguei um taxi para casa. Já se passava das 19hrs .
Assim que cheguei, mandei mensagem a Kevin

“Cheguei. O que quer conversar?”

“É melhor você vir aqui. Kevin”  -Sua resposta breve

O que aconteceu? droga! Não consigo deixar de pensar coisas ruins que podem ter acontecido com Joseph ou com qualquer outra pessoa da família Jonas, mas principalmente com Joe.
Tomei banho rápido e segui para o hospital, no percurso só conseguia pedir em silencio para que esteja tudo bem com Joseph.

Em frente a entrada principal do hospital, travei. Fiquei parada pensando se eu REALMENTE queria entrar e saber o que houve.
“Coragem, mulher! “  Meu consciente gritava para mim a todo momento.

Entrei. Automaticamente minhas pernas me levavam para onde eu deveria ir, não enxergava nada ao redor e só conseguia ouvir minha própria respiração e sentir minha forte pulsação. Não sei o que esperar.
Enfim, cheguei a sala onde a família de Joe se encontra. Fui recebida com vários abraços apertados e olhares apreensivos. O QUE ACONTECEU?
-Demi, querida, que bom que você chegou!  - Disse Paul, segurando minha mão.
- O que houve? Posso vê-lo?
-Ainda não! – disse Kevin- Ele está passando por uma bateria de exames e logo voltará. Acalme-se!
-Eu estou mantendo a calma desde Nova Iorque, Kevin. Me diga o que aconteceu – meus olhos se enchem de lagrimas – por favor...
A mãe de Joe me abraça.
- O que aconteceu foi maravilhoso, querida. Não se desespere!  - diz afagando meus cabelos .
- Joseph teve uma melhora significante, Demi. Enquanto eu estava com ele, ele abriu os olhos e chamou por você, mas adormeceu em seguida. – Paul disse emocionado
-Ele não está mais em estado de coma, Demi. Mas ainda não acordou devido aos remédios. Ele abre os olhos as vezes e chama por você.
Meu coração se enche de alegria. Eu só consigo me sentar para absorver essa notícia e chorar de alegria, Kevin me abraça amigavelmente. Quando consigo parar de chorar, sorrio para eles que retribuem o sorriso com solidariedade.
- O médico nos pediu para que você esteja com ele quando ele acordar. – Kevin disse com cautela.
-é claro que eu aceito! – sorri entusiasmada.
- Mas Demi, ele não pode ter grandes emoções. – Paul disse avaliando minha reação.
-Ah sim, é claro. – sorri.

Uma enfermeira loira e bonita entrou na sala de espera.
- Familia Jonas?
- Nós! –disse Paul se levantando da cadeira.
- O Sr. Joseph já está apto a receber visitas. Recebi ordens para deixar somente uma pessoa entrar agora. – ela checou seus papeis- Demi está aqui?
- Estou!
- Bom, você está autorizada.
-Certo!
A segui até o novo quarto de Joe, na ala hospitalar longe da UTI. O clima daqui é bem menos pesado que o de lá.

Abri a porta e entrei. O novo quarto é bem menos ameaçador, flores novas e vivas, uma TV, um poltrona grande e confortável para o acompanhante, uma mesinha para refeições, uma porta que dava para o banheiro privativo e lá no canto estava ele. Joe agora aparenta estar dormindo num sono profundo ao invés de estar no leito da morte, não está tão pálido e não está com aquela aparelhagem toda que o mantivera respirando. Respirei fundo e senti o alívio me invadir.  Deixei minha bolsa num canto, fui até ele e de leve dei-lhe um beijo na testa e ele suspirou.  Sorri ao ver que agora ele me sente e eu o sinto.


2 comentários: