sexta-feira, 26 de maio de 2017

VOLTANDO!

Olá galera!!!

Se ainda há quem leia minha Fanfic, por favor se manifeste. Acompanhei estatísticas de visitas do blog e vejo que ainda há visitas diárias e assim, me senti na obrigação de aparecer. 

Parei de postar os Caps devido as aulas da Faculdade e as provas, que ocupam todo o meu tempo. Gloria , por outro lado, também não pode mais escrever devido ao seu cronograma de estudos para Vestibulares de Medicina.

Portanto, sou somente eu quem administro o blog agora.

Postarei o Cap 8 em breve!

Ana.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Capítulo 7

Estávamos rindo de uma das piadas de Joe, quando ouço-o gritar para me segurar, olho para sua face e é de desespero e logo atrás de seu rosto vejo dois faróis se aproximando do nosso carro, tudo acontecia em câmera lenta. Colisão. Nosso carro é jogado para fora da pista, capota algumas vezes. Meu coração acelerado, minha visão embaçada, eu procuro Joe e o vejo ferido. Ele tenta me dizer algo mas desmaio novamente sem saber o que ele quis me dizer.

Acordei mais uma vez suada e assustada. Esse pesadelo voltou a me atormentar depois de dias. A sensação de dormência que sinto agora é acompanhada da angustia e vontade de chorar, mas já aprendi a dominar esses sentimentos.

Os raios de sol passam pelas cortinas do quarto mas eu ainda me sinto exausta. Levanto-me com certa dificuldade e vou tomar banho.  Volto a noite para casa e marquei de passar o dia com Wilmer.

Depois de pronta, sento-me no hall de entrada do hotel até Wilmer chegar e verifico meu celular, tem uma mensagem de Kevin.

“Bom dia, Dem. Temos uma noticia para te dar. Quando você volta?”

Meu coração gelou

“bom dia Kevin. Estou preocupada. O que aconteceu?”

Imediatamente obtive resposta
“é preferível que seja pessoalmente. Quando você chega?”

“Hoje a noite!!”

“ok”

Wilmer chegou. Eu guardei o celular e contei sobre as mensagens, a expressão dele não foi reconfortante.

-Eu ia te pedir para ficar mais uns dias em NY para nos conhecermos melhor, mas acho melhor você ir hoje mesmo. – disse, expressão carregada de preocupação.
- Eu irei. Não sei o que esperar dessa noticia .
Notando minha angustia, ele me abraçou fortemente
-vai dar tudo certo. Independente do que  tenha acontecido. – afagando meus cabelos.

Depois de um tempo no aconchego do abraço de um cara que eu nem conheço direito, minha barriga ronca mais alto que o normal
-Acho que você precisa comer – diz wilmer rindo, sorrio de volta

Fomos andando dessa vez, paramos em um café para comermos. Apesar do frio, o céu estava com uma coloração maravilhosa e o sol esquentava nossa pele gélida. Depois de tomarmos o café da manha, andamos mais e mais, rindo, conversando e de repente estávamos no Central Park . Passamo um longo tempo conversando sobre minha vida, sua vida, planos, metas, família, musica, filme, teatro, animais, Joseph e nossa amizade. Wilmer me abraçava quando notava meu desconforto ao falar sobre a situação de Joe. Foi uma tarde agradável.

Andamos de volta ao hotel e no percurso Wilmer colocou o braço sobre meus ombros. Todos que o conheciam e passavam por nós olhavam surpresos.

Chegamos no hotel e ele se ofereceu para subir até o quarto comigo para me ajudar com as bagagens.
- Você tem mesmo que ir? - Disse Wilmer se aproximando de mim.
-Eu preciso ir. Tenho coisas a resolver e preciso saber o que houve com Joseph..
- você realmente gosta desse cara. – Murmurou
- Eu amo Joe. Crescemos juntos – sorri ao lembrar de mim e Joseph quando crianças.

Ele se sentou na cama e eu fui tomar banho.  Depois de pronta, Wilmer desceu com minha mala  e me levou até o aeroporto.
Ele parou o carro em frente o aeroporto e me fitou
-Então é isso. – sorriu – dois dias com uma desconhecida.
-Logo voltarei . – dei-lhe um abraço breve- Foi bom conhecer você. Obrigada por tudo!

Me virei para sair do carro e ele me segurou delicadamente pela mão e me encarou.
- Posso te beijar agora? – me olhando com expectativa.
Eu sorri e dei-lhe um breve beijo em seus lábios, que se contraiu em um sorriso.  E sai do carro.

Depois de algum tempo de vôo, cheguei e peguei um taxi para casa. Já se passava das 19hrs .
Assim que cheguei, mandei mensagem a Kevin

“Cheguei. O que quer conversar?”

“É melhor você vir aqui. Kevin”  -Sua resposta breve

O que aconteceu? droga! Não consigo deixar de pensar coisas ruins que podem ter acontecido com Joseph ou com qualquer outra pessoa da família Jonas, mas principalmente com Joe.
Tomei banho rápido e segui para o hospital, no percurso só conseguia pedir em silencio para que esteja tudo bem com Joseph.

Em frente a entrada principal do hospital, travei. Fiquei parada pensando se eu REALMENTE queria entrar e saber o que houve.
“Coragem, mulher! “  Meu consciente gritava para mim a todo momento.

Entrei. Automaticamente minhas pernas me levavam para onde eu deveria ir, não enxergava nada ao redor e só conseguia ouvir minha própria respiração e sentir minha forte pulsação. Não sei o que esperar.
Enfim, cheguei a sala onde a família de Joe se encontra. Fui recebida com vários abraços apertados e olhares apreensivos. O QUE ACONTECEU?
-Demi, querida, que bom que você chegou!  - Disse Paul, segurando minha mão.
- O que houve? Posso vê-lo?
-Ainda não! – disse Kevin- Ele está passando por uma bateria de exames e logo voltará. Acalme-se!
-Eu estou mantendo a calma desde Nova Iorque, Kevin. Me diga o que aconteceu – meus olhos se enchem de lagrimas – por favor...
A mãe de Joe me abraça.
- O que aconteceu foi maravilhoso, querida. Não se desespere!  - diz afagando meus cabelos .
- Joseph teve uma melhora significante, Demi. Enquanto eu estava com ele, ele abriu os olhos e chamou por você, mas adormeceu em seguida. – Paul disse emocionado
-Ele não está mais em estado de coma, Demi. Mas ainda não acordou devido aos remédios. Ele abre os olhos as vezes e chama por você.
Meu coração se enche de alegria. Eu só consigo me sentar para absorver essa notícia e chorar de alegria, Kevin me abraça amigavelmente. Quando consigo parar de chorar, sorrio para eles que retribuem o sorriso com solidariedade.
- O médico nos pediu para que você esteja com ele quando ele acordar. – Kevin disse com cautela.
-é claro que eu aceito! – sorri entusiasmada.
- Mas Demi, ele não pode ter grandes emoções. – Paul disse avaliando minha reação.
-Ah sim, é claro. – sorri.

Uma enfermeira loira e bonita entrou na sala de espera.
- Familia Jonas?
- Nós! –disse Paul se levantando da cadeira.
- O Sr. Joseph já está apto a receber visitas. Recebi ordens para deixar somente uma pessoa entrar agora. – ela checou seus papeis- Demi está aqui?
- Estou!
- Bom, você está autorizada.
-Certo!
A segui até o novo quarto de Joe, na ala hospitalar longe da UTI. O clima daqui é bem menos pesado que o de lá.

Abri a porta e entrei. O novo quarto é bem menos ameaçador, flores novas e vivas, uma TV, um poltrona grande e confortável para o acompanhante, uma mesinha para refeições, uma porta que dava para o banheiro privativo e lá no canto estava ele. Joe agora aparenta estar dormindo num sono profundo ao invés de estar no leito da morte, não está tão pálido e não está com aquela aparelhagem toda que o mantivera respirando. Respirei fundo e senti o alívio me invadir.  Deixei minha bolsa num canto, fui até ele e de leve dei-lhe um beijo na testa e ele suspirou.  Sorri ao ver que agora ele me sente e eu o sinto.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Capítulo 6

CAPITULO 6

Assim que cheguei em casa, me joguei no sofá. Não estou entendendo o que aconteceu e o porque aconteceu. O que passou em minha cabeça? Joseph é meu melhor amigo. Que droga, Demi!
Para afastar esses pensamentos, resolvi ligar um pouco a TV e SURPRESA, nossa série favorita. Preciso tirar ele da minha cabeça, isso já se tornou obsessão. Talvez seja melhor eu passar mais dias em Nova Iorque para ver se tiro Joe da minha cabeça. Desliguei a TV.

Chequei meu celular e tinha uma mensagem de Kevin
“Hey, Dem. O que houve? Estou preocupado. Você está em casa? “

Respondi:
“Não se preocupe, estou bem. Ficarei alguns dias fora, cuida dele por mim.”

Quase que de imediato recebi outra mensagem de Kevin
“Precisa de alguma coisa? Vai pra onde? O que aconteceu? Que droga!”

Revirei os olhos.
“Já disse que está tudo certo Kevin, não se preocupe! Estou indo a Nova Iorque. Partirei amanhã. Te mando noticias .”

Nunca entendi tamanha preocupação que os familiares de Joseph tem por mim. Ok, eles me conhecem desde que eu era uma criança e eu sempre freqüentava sua casa, mas não significa nada para me tratarem dessa forma. Sinto como se eu fosse LITERALMENTE da família, acolhida, amada.
Fui até o jardim para espairecer. Sentirei falta dessa casa enorme, desse jardim florido e vivo, da piscina que me diverti diversas vezes. Ahh, que sentimento bom e ao mesmo triste. Não vejo a hora de mudar, mas queria levar minha casa, família, Joseph para Nova Iorque comigo.
Deitei na rede e coloquei meu fone de ouvido, pelo celular comecei pesquisar sobre os bairros em que eu morarei nos próximos 5 anos e acabei adormecendo.
Acordei com o frio. Já era noite e começava chover.Entrei em casa e notei minha fome. Fazia um certo tempo que não comia nada e decidi preparar um macarrão instantâneo. Depois de comer, subi para meu quarto e depois de tomar um banho, dormi mais uma vez.

Acordei já em cima da hora, tinha dormido além do normal. Precisava terminar de arrumar minhas coisas, me arrumar e  ir para o Aeroporto. Felizmente, tudo deu certo e consegui acionar o Táxi com algumas horas de antecedência e chegar ao aeroporto a tempo de pegar o vôo tranquilamente. Me sentei ao lado de um rapaz bonito e bem vestido que ficou calado durante todo o percurso.
Ao desembarcar em Nova Iorque e fui tomada pelo frio abundante. Assim que peguei minhas bagagens, fui tomar um capuccino num café do Aeroporto.
-Oi. – Disse alguém parando em frente minha mesa
-Olá  - sorri, reconhecendo-o
-Desculpe não ter me apresentado antes, sou Wilmer. Viajei ao seu lado – sorriu- Posso me sentar aqui? As outras mesas estão lotadas.
Olhei ao redor, somente a minha mesa estava ocupada, mas achei interessante a tentativa de flerte..
-Claro, sente-se.
Ele se sentou
-Bom, posso saber seu nome?
-Ah, claro. Sou Demetria. – estendi a mão e ele a pegou e inesperadamente depositou um beijo.
-De onde você é, Demetria? –olhando curioso
-Los Angeles, e você? – ele sorriu
-Los Angeles, foi uma pergunta óbvia já que embarcamos juntos.- sorri ao notar o quão ridícula eu fui ao esquecer desse detalhe- Bom, o que vem fazer em Nova Iorque?
- Eu vim fazer minha matrícula na faculdade e procurar um apartamento para morar durante os anos em que ficarei por aqui.
- Qual faculdade?
- Universidade Estadual de Direito
- Será uma honra vê-la todos os dias- sorriu- Estou no terceiro ano nesta instituição.
- Jura? Que coincidência
-Qual o endereço dos apartamentos que tem em mente? – perguntou , colocando a mão no bolso e tirando as chaves do carro.
-Ah, são esses. – entreguei o papel onde anotei os endereços.
- São perto do meu apartamento. Vamos, eu te levo! – se levantou, deixou dinheiro em cima da mesa para pagar nossa consumação e me estendeu a mão.
Inconscientemente, o segui até o carro.
-Meu deus! O que eu estou fazendo? – sorrio ao colocar o cinto de segurança
-Bem vinda a Nova Iorque, querida! – sorri de volta.
Depois de alguns minutos, Wilmer me deixou em frente a um edifício maravilhoso no qual iria visitar um apartamento e coincidentemente, o apartamento dele ficava logo em frente.
-Bom, se precisar de mim, só gritar.
- Tenho certeza de que você ouvirá – ri
Ele pegou minha mão e a beijou.
-Qual é desses beijinhos na mão?- perguntei e ele riu
- Vi isso em vários filmes e sempre quis fazer igual. E também porque sua mão é cheirosa. E Porque quando eu faço isso – deu outro beijo em minha mão- você fica vermelhinha e é uma gracinha.
Senti o rosto esquentar e sorri, ele retribuiu o sorriso e se virou para atravessar a rua.
-Ei, Sr. Romântico!
Ele virou-se para mim
- Me leva para jantar hoje?
Ele sorriu
-Em que hotel está hospedada, senhorita?
- Plazza NY.
-Estarei lá as 20hrs – sorriu para mim e atravessou a rua.
Entrei no edifício e subi até o 13º andar e a corretora estava me esperando.
Me mostrou o apartamento inteiro e fiquei maravilhada com a vista da janela da sala e com o ambiente. É do jeitinho que eu sempre quis. Um quarto grande com closet e sacada que dava de frente para o apartamento do Wilmer, um escritório, dois banheiros, sala grande e bem iluminada e cozinha pequena e bem planejada. A cada cômodo vazio em que eu entrava, ia imaginando de que forma eu iria decorar e onde ficariam meus moveis. É esse. Já fechei com a corretora antes mesmo de visitar os outros apartamentos.
 Caminhei até a faculdade a poucas quadras dali e depois de horas conhecendo o campus e os professores, fiz a matricula. Agora é oficial. Será que Joseph estaria feliz por mim? O que estaríamos fazendo se ele estivesse aqui comigo? Certamente não iríamos jantar com Wilmer, ciumento do jeito que ele era . O pensamento me fez sorrir.
- Eu me senti assim também quando fiz minha matrícula aqui. – uma garota disse, sorrindo – Você fica rindo pelos cantos, sozinha, boba. Espere só até começar as aulas e toda essa magia acaba. – Me estendeu a mão – Sou Miley.
- Demi – apertei sua mao e sorri
- Precisa de alguma coisa, Demi?
- Um diploma.
Ela riu
- Estamos todos em busca dele. Mas não se preocupe, essa instituição não é o bicho de sete cabeças, basta cumprir com suas responsabilidades e se sairá bem.
- Você está em que ano?
-No segundo.
- Wilmer é da sua sala? – a pergunta escapou de minha boca.
- Talvez. – me olhou curiosa. – Você o conhece?
- Talvez. – sorri
- Ok, ele é da minha sala. Um tremendo homem, inteligente, bonito, independente e bom partido.
- Eu o conheci no aeroporto. Ele me deu uma carona .
- Ai meu deus. – me olhou surpresa.
- O que?
- Muitas garotas já tentaram sair com ele desde que ele ingressou aqui e ele sempre nega.
- Jura? Ele me pareceu tão simpático. Hoje vamos jantar. – falei entusiasmada.
-GAROTA, VOCÊ PRECISA SER MINHA AMIGA
Rimos, trocamos telefones e conversamos por quase uma hora. Miley parece ser uma pessoa fantástica, assim como wilmer.
Ela me acompanhou até o hotel, já que morava num bairro próximo.
Descansei um pouco e pensei novamente em Joseph.

Enviei uma mensagem a Kevin:
Estou bem, já fiz amigos em Nova Iorque e escolhi meu AP :D
Como Joe está? Alguma melhora? Queria que ele estivesse aqui ...
Dem.

Resolvi me arrumar para o jantar com Wilmer. Trouxe pouca roupa, já que não imaginava que iria sair com alguém. Coloquei uma calça jeans, uma blusinha soltinha vermelha, jaqueta de couro preto por cima e saltos.
- Isso deve servir – disse a mim mesma me olhando no espelho.

Peguei minha bolsa e desci para encontra-lo, o frio de Nova Iorque e o olhar de Wilmer encostado no carro me fizeram arrepiar. Ele sorriu ao me ver, cumprimentou-me com um beijo na bochecha e abriu a porta do carro para que eu entrasse.
O restaurante era lindo, refinado e incrivelmente acolhedor. Conversamos muito a respeito de tudo, contei-lhe sobre Joseph e o quanto Miley ficou surpresa ao saber que sairíamos hoje. Ele me contou sobre suas  ex namoradas, sua vida acadêmica e sobre sua família. Disse que já trabalhava na Delegacia regional e que tinha muita influencia de seus pais que eram advogados formados na mesma instituição. Foi uma noite agradável.

Quando voltamos, ele me acompanhou até a entrada do quarto do hotel .
- Então é isso. – sorrindo, olhando para baixo.
- Eu me diverti muito, Wilmer. – sorri de volta.
- Eu também, Demi. – me olhou nos olhos e beijou minha mão novamente, me fazendo rir.
- Você não se cansa disso.
-  Quem sabe da próxima eu possa te beijar em outro lugar – olhou de relance para meus lábios e depois em meus olhos
Senti que estava mais vermelha que bunda de babuíno.
-Boa noite, demi!
Sorri para ele e entrei .

CONTINUA


SE ALGUEM AINDA ESTIVER LENDO, DESCULPE-ME PELA DEMORA L

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Capítulo 5

Não dormi nem um segundo após a boa noticia. Estava tão animada pelo fato de Joe poder voltar pra vida, voltar pra nós. A esperança que eu tinha que ele ficaria bem triplicou em apenas algumas horas. Depois que o médico deixou a sala de espera, a família Jonas se abraçou e eu os abracei também. Kevin deu a idéia de irmos até a casa da família para podermos descansar melhor, já que Joe poderá receber visitas só amanha à tarde. Todos concordaram e fomos caminhando lentamente até a saída do hospital.
-Bom, eu vou ficando por aqui. – Disse, olhando em direção ao caminho que eu seguiria até casa.
-Não Dem, venha conosco- Insistiu Denise.
-Não acho que seja uma boa idéia. Meus pais ficarão preocupados e amanhã cedo preciso começar procurar uma nova casa...
-Como assim? – Perguntou Paul sorrindo.
-Eu passei na Universidade de Nova Iorque. Preciso começar me organizar. - sorri levemente
-Parabéns querida! – Denise me abraçou
-Obrigada!
- É uma pena que você e Joe irão seguir caminhos tão diferentes. Ele em Londres, você em Nova Iorque.. – Kevin disse
-É. Mas a gente se vira. A gente cresce. Afinal, ele precisa aprender pegar um vôo sozinho e ir me ver.- Todos riram ao lembra que Joseph sempre foi atrapalhado em aeroportos e odiava voar sozinho.- Bom, então até amanhã. – Me virei e comecei andar.
-Demi, você acha mesmo que vou deixar você ir pra sua casa sozinha a essa hora? Já são quase 4 horas da manha. Venha, te dou uma carona. – Disse Kevin
Paul e Denise já estavam saindo em outro carro. Ficaria mais confortável se eles tivessem me oferecido a carona. Acho que Joe não gostaria de me ver em um carro com seu irmão a essa hora, mas como eu estava realmente com medo de ir sozinha, acabei aceitando.
Ele me deixou em casa e me esperou entrar. Obvio que não entrei pela porta da frente. Foi difícil, mas consegui escalar a arvore e chegar até meu quarto. Joguei minha mochila no chão e caí na cama. Olhei para o criado e vi uma foto antiga minha e de Joe, sorri ao imaginar o futuro brilhante que terá aquele garoto e ele ainda nem sabe, mas logo tudo vai mudar. Dormi com o coração aliviado e um pouco mais leve. Estava feliz.

Acordei com minha mãe batendo na porta do meu quarto, os raios de sol passavam pela arvore e iluminavam meu quarto.
-Demetria, você está aí? – batia na porta freneticamente enquanto gritava do lado de fora.
Me levantei e tirei a roupa rapidamente, seria estranho ela me ver de jeans  e tênis já que eu passei a noite “em casa”. Joguei o jeans e o tenis embaixo da cama e vesti o pijama mais próximo de mim.
- Demetria? Abra a porta!! – Gritava
Abri a porta
- Por Deus, menina. O que foi que aconteceu com você?- Ela me encarou
-Eu tomei uns remédios e dormi.
-Remédios pra que?- Olhou ao redor do meu quarto
- Estava com dores de cabeça.
- Já era de se esperar, você nem jantou. E Ainda dormiu com essa janela aberta? – Foi até a janela e a fechou.
-Eu estou bem, mãe!
-Bom, eu e seu pai estamos indo. Temos uns negócios para resolver e provavelmente demoraremos mais que o habitual.
-Posso saber o motivo?- perguntei mesmo não estando interessada em saber.
-Vamos ficar alguns dias na Russia e se tudo der certo, vamos tirar umas férias no México. Queria que você pudesse ir- me abraçou.
- Eu prefiro ficar. Tenho que encontrar um apartamento em Nova Iorque e enviar toda papelada pra Universidade.
-Fique á vontade para escolher o apartamento ideal para você. Seu pai e eu depositaremos uma maior quantia para esses fins e para você passar os dias enquanto estivermos fora.- beijou-me a testa
-OK. Boa viagem.- ela sorriu para mim, colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha e saiu do quarto.
Ouvi toda correria dos dois, as malas descendo as escadas, o porta-malas do carro sendo fechado e por fim, o carro deixando a casa. Senti um certo alivio, poderia ver Joseph tranquilamente. Olhei no relógio e ainda eram 09hrs da manhã, dormi pouco porém o suficiente para não me sentir cansada. Tomei café da manha e subi para meu quarto para pesquisar algumas republicas ou apartamentos individuais em Nova Iorque.
É obvio que eu dei mais atenção á apartamentos. Nunca fui uma garota sociável, sempre preferi a calmaria a badalação. Sinceramente, acho que nunca tive amigas de verdade para ir ao shopping, para falar de maquiagem, dormir uma na casa da outra etc, então tenho certeza de que não me adaptarei bem em republicas festejas e garotas gritando por causa de uma abelha.
Depois de muita procura, selecionei 4 apartamentos aos redores do campus da faculdade. Amplos, bem separados e com uma vista maravilhosa. O aluguel era caro, mas nada que fugisse do orçamento dos meus pais. Quero um apartamento que caiba minha família, Joseph e sua família quando forem me visitar, que tenha espaço para meus livros, que seja aconchegante nos dias frios e arejados nos dias mais quentes. Salvei os 4 e deixei de lado por um tempo.
Era hora de separar a documentação para a inscrição burocrática da universidade. Separei os documentos que estavam descritos no site, preenchi os formulários online e na hora de enviar: SURPRESA. Não havia opções de enviar online. Achei que fosse algum problema com o site, então liguei no numero disponível .
- Universidade Estadual de Direito de Nova Iorque, bom dia.
- Bom dia. Bem, eu fui aceita mas não consigo enviar o formulário online. Acho que o site está com algum problema. Pode me passar algum email ?
-Infelizmente não, senhorita. A matrícula deverá ser feita pessoalmente no campus II da faculdade até a próxima semana, caso contrario, a vaga será cedida a outro candidato.
- O que? Não posso ir a Nova Iorque.
- Sinto muito, senhorita. Posso disponibilizar sua vaga?
-Não!
- Em que mais posso ajuda-la?
- Em mais nada. Obrigada
Desliguei.
Como eu vou para Nova Iorque? Como irei sozinha?
Se bem que seria bom. Poderia conhecer os apartamentos, esfriar a cabeça. Comecei pesquisar valores de passagens aéreas e o saldo da minha conta bancaria. Felizmente meus pais já haviam depositado minha mesada e mais dinheiro como minha mãe havia dito. Feito. Irei a Nova Iorque. Comprei passagem para amanhã a tarde e reservei um quarto de hotel. Entrei em contato com os responsáveis pelos apartamentos e marquei uma visita.
Guardei os documentos em uma pasta para levá-los a faculdade amanhã. Separei algumas roupas e coloquei na mala, já deixei tudo arrumado.
Olhei no relógio e já eram quase 13hrs, estava faminta. Tomei o café da manha e fui me arrumar para ver Joseph.
Saí de casa faltando 10 min para o incio do horário de visitas. Quando cheguei, seus pais já estavam no quarto.
-Boa tarde! – eu disse sorrindo
-Boa tarde Dem!
Me dirigi até Joseph e beijei-lhe a testa. Ainda estava cheio de aparelhos e pálido.
-Como ele está?
-Estável. Mas teve muita febre a noite, terá que receber sangue, e a nova tomografia indicou um possível coagulo cerebral. Precisamos aguardar o resultado dos novos exames para termos certeza.
Ah não, outra vez não.
-Mas tenho certeza de que ele ficará bem.- disse a mãe de Joe sorrindo para mim e pegando em sua mao.
-Vamos querida, acho que a Demi quer ficar um pouco sozinha com Joseph- Disse Paul, puxando a esposa.
Eles saíram e fecharam a porta. Olhei para Joe, com a barba grande, unhas grandes, cabelo grande, pálido e ainda assim, tão lindo. Sentei na poltrona a seu lado e segurei sua mão.
-Olá meu lindo. Que susto você nos deu hem- sorri- mas sei que tudo ficará bem, você é um rapaz forte, de corpo e de alma. – nesse momento senti uma leve movimentação do seu dedo anelar, mas não dei muita bola, são espasmos- Ontem não consegui te contar, mas quero que saiba que eu consegui, passei na Universidade de direito de Nova Iorque. – Mais um espasmo, mas dessa vez foi mais forte, sorri.-Vou entender isso como aquele sorriso lindo que você daria se estivesse acordado.
Dei um beijo em sua mão.
-Joseph, eu preciso que você agüente. Preciso que você volte para nós. Nós precisamos de você. Sei que devo ter te pedido isso milhares de vezes nesse tempo todo em que você esteve aqui mas entenda agora como uma súplica. Não agüento mais ficar sem você, sem suas mensagens, sem ir tomar aquele sorvete horrível de pistache que você tanto gosta...- lagrimas escorriam- Sinto falta do seu abraço..
Encostei meu rosto em seu braço gélido e imóvel por alguns instantes até conseguir me recompor, levantei a cabeça.
-Eu vou a Nova Iorque amanha fazer minha matricula e procurar um apartamento. Queria tanto que você fosse comigo, seria tudo tão mais fácil. Por favor Joe, não nos deixe e nem apronte nada enquanto eu estiver fora.
Fui dar um beijo na bochecha de Joe, mas com a proximidade de nossos lábios, beijar sua bochecha era quase impossível. Quase que inevitavelmente o beijei . Ele era meu melhor amigo, aquilo estava errado mas sua boca era tão macia que não conseguia desgrudar nossos lábios. Uma péssima ocasião para o primeiro beijo, mas meu coração palpitava mais forte a cada segundo ali.
-Desculpe Joe!
Saí correndo de lá, Kevin tentou me acompanhar mas eu precisava ficar sozinha. Aquilo foi estranhamente bom mas completamente errado..


CONTINUA..

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Capítulo 4

Fiquei parada olhando o quarto, lagrimas rolando, tentando digerir o que estava acontecendo. Senti uma mão em meu ombro, era Paul. Assim que notou meu desespero, me abraçou.
-Não fique assim, menina. Vai dar tudo certo- Disse afagando meus cabelos com as pontas dos dedos.
Sai de seus braços e com depois de um pequeno tempo tentando conter a voz embargada pelo choro, consegui perguntar:
-Onde está Joseph? O que aconteceu?
-Demi, temos que ser pacientes e fortes agora. Joe sofreu uma hemorragia venosa, perdeu 48% do sangue do organismo. Notamos sua palidez, sua febre e os batimentos acelerados e acionamos os médicos. Eles o levaram diretamente pro centro cirúrgico.
Abaixei a cabeça e comecei chorar novamente. Joe estava muito fraco devido as coisas que havia passado, não tenho certeza que ele sobreviva a mais esse problema.
Voltei pra sala de espera e me sentei. Coloquei meus fones mesmo sem ouvir musica alguma e fiquei olhando o relógio, cada segundo que alterava os minutos e que alteravam as horas, podia sentir a sincronia dos ponteiros com as batidas do meu coração.  Estava atordoada com tudo aquilo. Já se passaram 4 horas e nenhuma noticia, nenhum sinal . Eu que nem sou religiosa, me peguei rezando e adormeci antes mesmo de finalizar minha suplica para que a vida de Joseph fosse poupada.
Acordei e já tinham se passado 6 horas desde que cheguei, 8 horas desde que Joe entrou no centro cirúrgico. Denise estava dormindo encostada em Paul, que também dormia. Kevin  estava lendo um livro mas sua ansiedade e preocupação era notável em sua face. Tirei os fones e os sons hospitalares inundaram minha mente, Kevin me olhou e fechou o livro.
-Oi Demi. – sorriu desanimado.
-Oi Kev. Alguma noticia?
-Nada. A única informação que tive foi há 20 minutos atrás, e ele ainda estava em cirurgia. – abaixou a cabeça e a levantou em seguida, me olhando e abrindo um breve sorriso- Venha, vamos tomar um café.
- Eu trouxe um lanche.
-Vai comer isso a essa hora, Demi? Vamos. – Já estava em pé e esticou-me a mão.
Andamos até a cantina que ficava bem no centro do hospital, tomamos o café. Voltando para a sala de espera passamos pelo quarto de Joe e seus lençóis foram trocados para quando retornasse ou para o próximo paciente, na pior das hipóteses. Na sala de espera Paul e Denise já estavam acordados e aceitaram cordialmente o café que lhes levamos.
O silencio entre nós foi quebrado pelo som dos passos do médico que se aproximava de nós.
- Família Jonas?
Nós nos levantamos, aliás, eu me sentia da família.
-A cirurgia de Joseph foi muito complicada, houve parada cardiorrespiratória durante o processo mas o reanimamos rapidamente, o estancamento de sangue demorou horas, ele perdeu muito sangue e seu quadro permanece instável e delicado. Porém tudo deu certo. O menino é forte!
-Já podemos vê-lo? – Kevin perguntou.
-Infelizmente não, senhor. Como eu disse, o quadro clínico de Joseph é muito delicado e devido a grande perda de sangue ele permanecerá na ala de recuperação cirúrgica da UTI para melhor acompanhamento e transfusão de sangue.
-E ele ficará bem?- Perguntei
-Creio que sim. Durante a cirurgia notamos uma grande coagulação que impedia à oxigenação cerebral, um dos fatores que contribuíram para mantê-lo em coma, a remoção foi feita com êxito.
-Então meu filho vai acordar? – Denise indagou quase chorando.
-Não posso afirmar, senhora. Mas se a recuperação cirúrgica for boa, há grandes chances de Joseph sair do coma sem grandes seqüelas.
Todos nos abraçamos, choramos. Enfim uma noticia boa.
-Quando poderemos ver Joe? – Perguntei animada
- Se correr tudo bem, amanhã após as 14hrs ele já estará no quarto, apto a receber visitas.
Aquilo me animou muito. Mal podia esperar para vê-lo, tocar suas mãos. Joseph me matou a cada dia desde que sofremos o acidente, mas a noticia de que ele poderia sair do coma em breve me fez reviver .


CONTINUA

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Capítulo 3

Capítulo 3

Já se passavam das 17h30, logo o jantar ficaria pronto e meus pais me chamariam, se eu esperasse para jantar com eles não veria Joe. Apesar a exigência de minha mãe para ficar em casa, e mesmo sabendo que ela ficaria brava, resolvi ir passar a noite no hospital com Joseph. Mas precisava sair sem que meus pais notassem.
Peguei uma mochila, coloquei meu notebook, a carta de aceitação, um casaco, um pouco de dinheiro e meu celular. Não daria para descer as escadas e sair pela porta da frente, o escritório do meu pai fica de frente á escada e ele certamente me veria, sair pela porta do fundo também era uma hipótese irrelevante porque a porta que da acesso ao jardim fica no hall entre a cozinha e a sala de jantar e minha mãe estava transitando por ali. Não via alternativas racionais para conseguir sair. Fui até a sacada do meu quarto.
- Ainda bem que você cresceu, árvore!
Tranquei a porta do quarto por dentro, peguei a mochila e comecei descer pela arvore. Já na altura da cozinha ouvi minha mãe :
- O jantar está pronto!-  gritou- Eddie, vá chamar Demi, por favor!- preciso ir logo antes que me peguem.
Pouco tempo depois meu pai entrou na cozinha
- Acho que Demi dormiu. Sua  porta está trancada e ela não responde. – falou calmamente
- Ela está brava. Hoje nos discutimos. Ela está se doando por Joseph. Isso não está certo- Minha mãe disse em tom preocupado.
- Ela ama Joe, Dianna. Eles estão juntos á 12 anos, está certo sim toda essa preocupação.  Não é justo você tirar o direito dela de se importar com quem sempre esteve com ela – meu pai sempre tinha as melhores palavras.
Minha mãe ficou em silencio por alguns segundos
-Você tem razão. Vou falar com ela.- Já foi saindo da cozinha mas Eddie segurou seu braço levemente
- Deixe- a descansar. Ela precisa de um tempo.
Meu pai olhou de relance pela janela, na minha direção e sorriu. Ele me viu, sabia que eu estava fugindo e estava me ajudando. Pulei do galho que estava até o chão, o impacto me causou uma leve dor no tornozelo, mas continuei correndo até dobrar a esquina. Tinha menos de 10 minutos para chegar ao hospital, mas estava faminta então parei no fast-food e pedi um lanche mas deixei pra comer no hospital.
Assim que cheguei, vi os pais de Joe na sala de espera e eles olharam um pouco aflitos pra mim. Denise estava com o nariz vermelho, olho marejado, segurava um lenço. Esse cenário fez meu coração gelar. Por que estão todos preocupados? Preciso vê-lo.
Antes mesmo que Paul e Denise pudessem me impedir, corri até o quarto de Joe. A porta estava aberta, os lençóis estavam bagunçados e uma mancha de suor gigantesca na cama. Tinham muitas coisas lá, menos Joseph. Comecei tremer.  O que aconteceu com ele? ONDE ESTÁ JOE?


CONTINUA...

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Capitulo 2

Capitulo 2: A Discussão

Acordei na cadeira ao lado de Joe depois de passar a noite no hospital.               Decidi que deveria dormir com ele depois que notei o cansaço dos seus familiares após a comemoração. Escutei o meu celular tocando e li no visor que era minha mãe, ela estava preocupada por não me encontrar quando chegou da viagem e me pediu para voltar imediatamente pra casa. Assim o fiz, me levantei e me aproximei de Joseph.
- Bom dia meu lindo!- dei-lhe um beijo na testa- Preciso ir agora, mas eu volto mais tarde. Espero ter gostado das flores!

Quando saí do quarto, Kevin estava encostado na parede ao lado da porta segurando dois copos de café.
-Bom dia Demetria!- me estendeu um dos copos- Eu ia entrar mas vocês estavam conversando e não quis interromper.
-Obrigada, Kev! – Forcei um sorriso, estava exausta.- Tenho que ir agora, mais tarde eu volto.
- Descanse, menina. Nós cuidaremos dele- Disse sorrindo.
Apenas acenti e segui meu caminho até casa. Entrei e tudo que eu desejava no momento era um banho quente e minha cama, mas vi que isso não aconteceria quando notei meus pais sentados no sofá com uma carta ainda fechada, reconheci o brasão azul e meu coração parecia sair pela boca. Corri até eles, nem me dei ao luxo de cumprimentá-los. Eu precisava saber logo..

Cara Demetria Devonne Lovato, é com imensa satisfação que vos informamos que a senhora foi aceita na Universidade Estadual de Direito de Nova Iorque [...]”

Somente as primeiras linhas bastaram para que eu explodisse em alegria, abracei meus pais e repetia ininterruptamente:
- Eu passei mãe! Eu passei pai! Eu consegui!!!
Ambos choravam de emoçao e me parabenizaram.
Estava certo, Joe e eu teríamos caminhos opostos. Depois de 12 anos juntos, nossas escolhas irão nos separar. Já comecei prever que nos próximos 6 anos o aperto no coração seria constante..
Será que ele estaria feliz por mim? Como serão os próximos anos? E se ele não acordar? E se ele não acordar a tempo de me despedir antes de ir para Nova Iorque? Todos esses pensamentos martelavam minha mente.
Após um banho quente finalmente consegui dormir mais tranqüila e confortável.

Estávamos rindo de uma das piadas de Joe, quando ouço-o gritar para me segurar, olho para sua face e é de desespero e logo atrás de seu rosto vejo dois faróis se aproximando do nosso carro, tudo acontecia em câmera lenta. Colisão. Nosso carro é jogado para fora da pista, capota algumas vezes. Meu coração acelerado, minha visão embaçada, eu procuro Joe e o vejo ferido. Ele tenta me dizer algo mas desmaio novamente sem saber o que ele quis me dizer.

Acordei assustada e suando muito, esse pesadelo novamente atormentando meu sono. Olhei o relógio que marcava 15hrs. Ótimo, perdi o primeiro horário de visitas e dessa forma, tenho que esperar até o próximo que se inicia as 18hrs.
Estou ansiosa para contar a novidade para Joseph. Queria mesmo ver a cara dele ao saber, sentir seu abraço apertado e quem sabe sair à noite para comemorar nossa conquista. Mas novamente teria que me contentar em vê-lo respirando com ajuda de aparelhos, imóvel, dormindo, dependendo unicamente de instrumentos hospitalares para viver.
Tomei outro banho para me livrar de todo suor, coloquei uma roupa confortável e desci. Meu pai estava em seu escritório lendo uma montanha de relatórios; Minha mãe, entretanto, estava lendo um livro deitada na rede em nosso jardim. Deitei na outra rede. É bom ficar com minha mãe, mesmo que em silencio, gosto de aproveitar sua presença quando a tenho. Ela fechou o livro e o colocou em sua barriga, me olhou por cima dos óculos.
- Está tudo bem, querida?
-Sim, está!
- Estamos muito orgulhosos de você!
-Eu sei, eu também estou. Obrigada. – dei um leve sorriso.
- Filha, tem certeza que está bem?
- Sim, mãe! – respondi um pouco irritada com a insistência.
- Demetria, desde o acidente você.. –hesitou antes de terminar- você não é mais a mesma. Você anda distante, não fala com ninguém além do necessário. Estou preocupada com você!
- Você está preocupada comigo? Ótimo, porque eu estou preocupada com Joseph. – Já estava um pouco irritada e explodi.- Olha pra mim, mãe, estou viva. Joseph, meu melhor amigo, quem esteve comigo quando você e o pai não estiveram, está em coma. Está morrendo. E você está preocupada comigo?!- ironizei- Você dizia gostar tanto de Joe e desde o acidente você nem o visitou, mãe. – estava prestes a chorar, estava desabafando.
- Demetria, você nunca se importou com nossas viagens e agora age dessa forma. Acha que só porque você está bem fisicamente que eu não me preocupo com você? E sua mente, Demetria? Se você está agindo dessa forma enquanto o Joe ainda tem chances de vida, não quero ver o que vai acontecer quando ele morrer- ela parou de falar quando percebeu o que havia dito, eu comecei chorar e ela abaixou a cabeça.- Me desculpe, eu não quis dizer isso..
- Mas disse! – falei incrédula.
- Filha, só quero o seu bem. Você precisa deixar que a família de Joe cuide dele, olhe pra você, está exausta. Sei o quanto você gostava dele, mas você precisa gostar de você também e descansar. – Explicou calmamente.
Eu não disse nada, não estava olhando pra ela mas sabia que ela estava me olhando.  Ela notou que eu estava chateada e se levantou.
- Vou preparar o jantar. Hoje você janta conosco! – Falou em um tom rígido.
Permaneci em silencio. Já havia prometido a Joe que voltaria e precisava desabafar e contar sobre minha ida a Nova Iorque...

CONTINUA....

Ana e Glória